A Coragem de Ser Quem Somos: O Caminho da Autenticidade e da Pertença

É preciso muita coragem para sermos totalmente quem somos e para revelar a nossa essência a quem nos rodeia.

E o motivo é muito simples. Temos uma enorme necessidade de pertença, temos medo da exclusão, receamos ficar sozinhos e precisamos de ser gostados e amados pelos outros.

Correr o risco de sermos quem somos, podendo ir contra aquilo que esperam de nós, é naturalmente sentido como uma ameaça. E é por isso que nos ajustamos às expectativas alheias.

Não é mera cobardia. É sobrevivência emocional.

Nos primórdios, não pertencer a um grupo ou a uma comunidade, fazia-nos correr risco de vida. Ficar de fora de um grupo de pessoas que nos podia proteger de um animal selvagem, por exemplo, era morte certa. Ninguém sobrevive sozinho.

Então, está nas nossas veias, desde sempre, o impulso de corresponder para pertencer. E por isso é tão difícil sermos transparentes. Porque mostrar o que temos dentro pode levar à rejeição, desaprovação, afastamento. É como uma morte interna.

Se não nos preocupassemos nada com o que os outros sentem ou pensam sobre nós, viveríamos num caos. Portanto, não é nenhum erro humano. É necessário que isso nos preocupe minimamente. É organizador das nossas relações sociais e leva a que nos ajustemos uns aos outros.

Sucede que os tempos são outros. Já não estamos nos primórdios. Continuamos a não sobreviver sozinhos. O amor mantém-se o alimento mais nutritivo da nossa existência mas, ao mesmo tempo, não precisamos de nos circunscrever a um grupo de pessoas, mesmo que seja muito grande, que define regras com as quais não nos identificamos. Seja família, grupos de colegas de trabalho, comunidade mais próxima.

Ainda assim, é preciso muita coragem.

E é uma coragem exactamente na medida do custo de nos anularmos ou de sentirmos que estamos a ser coniventes com a nossa própria fraqueza.

É olhar de frente para a rejeição e para a desaprovação e, ainda assim, não ceder. Encaixar e transcender.

É recorrer a uma bússola e a uma âncora internas e relembrar que há ali um lugar seguro. Que não existe nenhum animal selvagem por perto a ameaçar, que ele apenas está dentro de nós.

Quando se inicia o caminho de se ser quem realmente se é, não há grande volta a dar.

Torna-se algo a um nível existencial, mais do que a um nível de sobrevivência ou pertença.

Meta-descrição: Descobre porque é preciso tanta coragem para seres autêntico, revelar a tua essência e viver em verdade, mesmo com o medo da rejeição.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *